segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Filho ingrato...

Na coluna Gente fina, da Revista do Jornal O Globo, edição de ontem, 31 de agosto de 2008, Bruno Drummond faz uma piada com sogra e nora. Ri muito. Li para o marido e liguei rápido para um dos filhos e a nora e rimos outro tanto. O outro filho e a norinha estavam no cinema e não pude falar com eles também. Bem, é mais ou menos isso: a mãe, dedicada, premia o filho a cada realização dele ( ou dela?) - término do curso de inglês, Disney; aprovação no vestibular, super computador; formatura, carro zero. E ela, com a mão no peito diz que ele agora vai se casar e (como “prêmio”!!!!), vai dar-lhe uma nora... E a amiga retruca: “filho ingrato...”
Pois é, esta é a visão que muitos têm da relação sogra-nora. Visão que não compartilho porque tive uma sogra que foi uma amiga durante toda a minha vida. E mamãe foi, para o meu marido e para minhas cunhadas, uma sogra maravilhosa. Foi uma segunda mãe, na realidade. Então não fui criada com esse preconceito. Meus filhos têm o exemplo e desejo que encarem a nova família como eu encaro . Nora, para mim, é alguém que entra na minha família e torna-se filha, porque traz felicidade, faz o meu filho feliz. Se acontece algo que não me agrada, porque ninguém é perfeito e eu não sou tão idiota assim de não perceber que pode acontecer algo que eu não aprecie, ou melhor, algo que não seja legal para o relacionamento deles, tento não me intrometer. Ai meu Deus, eu disse tento????? Aiiiiii.... tenho de corrigir: eu não me intrometo. Tenho de afirmar isso com letras maiúsculas: EU NÃO ME INTROMETO... EU NÃO ME INTROMETO...EU NÃO ME INTROMETO...Ufa.....e vocês podem cobrar, viu?
Mas tenho de lembrar que é sempre complicado um relacionamento, qualquer relacionamento, porque as pessoas são diferentes, somos criados de formas diferentes, criamos filhos de formas diferentes. SE não houver uma tolerância, realmente, não vai haver paz. E eu sou a favor da paz, sempre. Não gosto de discussões e agressividade, prefiro a conversa. Não sou santa, nem tenho sangue de barata, mas a vida é deles. Não vou poder estar por perto pra ajudar, ou até mesmo atrapalhar, a vida toda. Então, a vida é deles. Posso orientar, se solicitada, mas não posso impor minha opinião.
Nossa, quantos nãos eu deixei aí em cima.... Como professora de português, apreciadora da língua portuguesa, vou refazer este último parágrafo num exercício de reescrita, que indicamos aos alunos, e até mesmo para mudar um pouco a forma de encarar uma relação tão delicada...
“Os relacionamentos podem ser complicados porque as pessoas são únicas, criadas de formas diferentes, têm conceitos diferentes. Porém, sou a favor da tolerância, que proporciona a paz. A conversa é sempre mais profícua que a discussão ou a agressividade. E, mesmo percebendo atitudes que , para mim, seriam desnecessárias, reconheço que a vida é deles. Posso orientar, se solicitada, mas sem me tornar imprescindível ou, até mesmo, constante, porque, aqui, a vida é breve.”
Pronto, agora estou preparada para as pedradas...Mas com escudo, claro, o escudo do amor que nutro por essas pessoinhas maravilhosas que povoam o meu universo e que trazem ao meu convívio outras pessoas igualmente especiais, numa troca maravilhosa de experiência, energia, alegria e amor.

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